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Mitos e verdades sobre a anestesia: o que todo paciente precisa saber

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A anestesia ainda desperta muitos receios entre os pacientes. Perguntas como “E se eu não acordar depois da cirurgia?” ou “Posso ficar paralítico com a anestesia raquidiana?” são comuns nos consultórios e centros cirúrgicos. Para esclarecer os principais mitos e verdades sobre o tema, reunimos explicações de especialistas que atuam diariamente em salas de cirurgia, como é o caso da conselheira e primeira secretária da Diretoria do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC), a médica anestesiologista Karin Elisa Schemes.

“E se eu não acordar depois da anestesia?”

Esse é o medo mais recorrente entre os pacientes. No entanto, especialistas garantem: em mãos experientes, o risco é mínimo. “O anestesista sabe exatamente como induzir o sono e como reverter o efeito da anestesia. O paciente pode até demorar um pouco mais para despertar, mas vai acordar com segurança”, explica.
Perda de memória é normal?
Alguns pacientes relatam lapsos de memória após o procedimento. Isso ocorre porque certas drogas utilizadas podem afetar a lembrança de momentos antes e logo após a cirurgia. O efeito, contudo, é temporário: em um ou dois dias, a memória volta ao normal.

Anestesia local é mais segura que a geral?

Nem sempre. Embora seja indicada em procedimentos de menor porte, a anestesia local pode não ser suficiente em pacientes muito ansiosos ou com doenças que afetam pressão e frequência cardíaca. “Nesses casos, a anestesia geral, quando bem conduzida, pode oferecer mais segurança e controle para a equipe médica”, destaca a especialista.

Doenças crônicas aumentam os riscos

Pacientes com doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes ou alergias, têm maior risco durante a anestesia. Por isso, o acompanhamento cuidadoso e a avaliação pré-anestésica são fundamentais para reduzir complicações.

A importância do jejum

Cumprir o período de jejum antes da cirurgia é essencial. Durante a anestesia, o corpo perde reflexos de defesa como a tosse, aumentando o risco de que restos de alimento cheguem aos pulmões, o que pode causar uma pneumonia grave.

É possível operar sem dormir?

Sim. Existe a chamada neuroleptoanalgesia, técnica que combina medicamentos para dor e sedação profunda, mas sem perda total da consciência. Ela é indicada apenas em situações específicas e não substitui a anestesia geral em todos os casos.

E as gestantes?

Mulheres grávidas também podem ser submetidas à anestesia com segurança, desde que o procedimento seja bem planejado. O ideal é que intervenções não urgentes sejam feitas a partir do segundo trimestre da gestação, quando os riscos para o bebê são menores.

Anestesia raquidiana pode causar paralisia?

O risco existe, mas é extremamente raro. Casos de complicações graves, como compressão nervosa por hematoma, são excepcionais e geralmente associados a condições adversas. “Com técnica adequada e acompanhamento, o procedimento é seguro”, reforça a médica.

O paciente pode escolher o tipo de anestesia?

O paciente pode expressar sua preferência, mas a decisão final é sempre do anestesista. Isso porque cada tipo de cirurgia exige técnicas específicas. “A escolha depende do que é mais seguro e eficaz para aquele caso”, afirma.

Alta no mesmo dia: é possível?

Muitas cirurgias hoje são realizadas em regime ambulatorial, permitindo que o paciente vá para casa no mesmo dia. No entanto, recomenda-se que ele evite atividades importantes por 24 horas e retome a rotina normal apenas após 48 horas.

O que garante uma anestesia segura?

Segundo os especialistas, a confiança na equipe cirúrgica é essencial. Realizar a consulta pré-anestésica, seguir as orientações médicas e escolher um hospital com estrutura adequada são passos fundamentais. “O anestesista é o anjo da guarda do paciente durante a cirurgia. Ele está ali para cuidar, proteger e garantir que tudo ocorra bem”, conclui a Dra. Karin Schemes.

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