O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) está reforçando as orientações aos profissionais de saúde e à população sobre como agir diante de casos suspeitos de intoxicação por metanol, em razão do aumento recente de ocorrências no Brasil associadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.

De acordo com alertas da Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) e da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, o metanol é um composto químico usado na indústria — presente em solventes, combustíveis e produtos de limpeza — cujo uso em bebidas é ilegal e altamente tóxico. A ingestão pode causar cegueira permanente, falência de órgãos e morte.

Os serviços de saúde devem manter alta suspeição clínica em pacientes que apresentem sintomas como embriaguez atípica, dor abdominal, náuseas, vômitos, tontura ou alterações visuais (visão turva, borrada, manchas ou fotofobia) entre 12 e 24 horas após o consumo. A presença de qualquer alteração visual deve ser considerada forte indicativo de intoxicação por metanol.

Os casos suspeitos precisam ser notificados imediatamente ao CIATox-SC (0800 643 5252 / 48 3721-9173) e à Vigilância Epidemiológica Municipal, com registro no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Devem ser informados detalhes sobre o produto ingerido, local de aquisição e outras pessoas que possam ter consumido a mesma bebida.

O tratamento deve seguir acompanhamento do CIATox-SC e inclui suporte clínico, uso de antídoto (etanol intravenoso ou oral), administração de ácido folínico e, nos casos graves, hemodiálise. Casos leves devem ser internados em enfermarias e os graves encaminhados para UTI do Hospital Nereu Ramos, referência estadual, ou para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.

O CRM-SC reforça que a população deve adquirir bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis, evitar produtos com lacres violados, rótulos mal fixados ou preços muito abaixo da média, e comunicar qualquer suspeita à Vigilância Sanitária ou ao PROCON-SC (151).
Essas medidas visam prevenir novos casos e garantir resposta rápida diante de um possível evento de saúde pública relacionado à intoxicação por metanol.

Acesse aqui a íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC)

Acesse aqui a íntegra da nota da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis