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CRM-SC participa de audiência sobre UTIs neonatais e pediátricas

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O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC), representado pelo presidente, Eduardo Porto Ribeiro, participou nessa terça-feira (21/06) de audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa para analisar a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) de pediatria e neonatais em Santa Catarina.

Além de entidades médicas, como a Sociedade Catarinense de Pediatria, o Simesc e a Associação Catarinense de Medicina (ACM), as discussões tiveram a participação de parlamentares e do Promotor e coordenador do Centro Operacional da Infância, da Juventude e Educação do Ministério Público de Santa Catarina, João Luiz de Carvalho Botega.

“A situação crítica que enfrentamos agora é o sintoma de um sistema que opera sempre perto do limite. Qualquer pico de demanda, como o registrado nas últimas semanas, faz a situação escapar do controle”, disse Eduardo Porto Ribeiro. Ele destacou a necessidade de o Estado tomar medidas emergenciais e adotar um planejamento de longo prazo para evitar a repetição dos problemas ano após ano.

De imediato, há necessidade de garantir a presença de pediatras nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Com avaliação adequada nas UPAs, diversos casos podem ter o encaminhamento indicado, evitando complicações que exijam a procura por hospitais. Em paralelo, há possibilidade de ampliar a capacidade de atendimento. “Em alguns hospitais já existe infraestrutura e a ampliação pode ser feita apenas com a contratação de pessoal especializado, sem necessidade de obras, que sempre demoram mais”. Ao mesmo tempo, acrescentou, é preciso pensar no longo prazo, com planejamento da ampliação de estruturas.

Ribeiro lembrou que as fiscalizações feitas periodicamente pelo Conselho geram uma série de informações que podem ser consultadas pelo Ministério Público e pelo Governo para acompanhar a situação das unidades de atendimento e guiar projetos futuros. “O CRM-SC tem informações e conhecimento e está disposto e aberto a colaborar com a sociedade para a melhoria do atendimento”, disse o presidente. Ele acrescentou ainda, que é essencial valorizar o médico e reconhecer a dedicação de profissionais que enfrentam grande carga de stress ao trabalharem sem a infraestrutura adequada.

A presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, Nilza Maria Medeiros Perin, classificou a situação como crônica e crítica. “Os pediatras que atuam nas emergências e UTIs estão esgotados”. Ela também destacou a necessidade de planejamento de ações de longo prazo, mas acrescentou que é preciso que as iniciativas anunciadas efetivamente sejam postas em prática.

O médico Cyro Soncini, presidente do Simesc, destacou a necessidade de o estado garantir uma gratificação aos pediatras para atrair mais profissionais para os hospitais e pediu ao Governo que faça mudanças na forma de busca de leitos de UTI disponíveis em caso de lotação. Em vez de priorizar leitos públicos, a prioridade deve ser dada aos leitos disponíveis na região (públicos ou privados) forma de garantir que transferências sejam menos prejudiciais aos pacientes.

A ampliação de leitos de UTI também foi defendida pelo presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Júnior. Segundo ele, Santa Catarina deve seguir o exemplo do Paraná e do Rio Grande do Sul e adotar como parâmetro a oferta de 4 leitos de UTI neonatal para cada 1000 nascidos vivos. Hoje o estado tem 2,6 leitos para cada 1000 nascidos vivos.

Em uma apresentação, o secretário Aldo Baptista Neto e técnicos da Secretaria da Saúde listaram ações que serão adotadas para enfrentar os problemas (como a ampliação da oferta de leitos de UTI no Estado) e destacaram números que mostram um crescimento incomum no número de atendimentos de pacientes pediátricos com síndromes respiratórias.

Autor da proposta de audiência, o deputado estadual Vicente Caropreso disse que a Comissão de Saúde da Assembleia vai reunir as informações apresentadas pelas entidades médicas e as dúvidas de parlamentares para discussões futuras com a Secretaria de Estado da Saúde.

Crédito: Vicente Schmitt – agencia AL

Crédito: Vicente Schmitt – agencia AL

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