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Candidatos às eleições em Florianópolis participam de reunião do Cosemesc

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O Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (Cosemesc) realizou reunião com a participação dos médicos que disputam as eleições municipais de Florianópolis: Ricardo Camargo Vieira (candidato a prefeito – Solidariedade), Luiz Barboza Neto (candidato a vice-prefeito – Novo) e Ricardo Baratieri (candidato a vereador – PT). Também participaram do encontro os candidatos à Prefeitura que manifestaram interesse em conversar com os profissionais da medicina: Angela Amin (PP) e Pedrão (PL). O evento aconteceu na noite desta terça-feira (27 de outubro), na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM-SC), com o cumprimento de todos os protocolos de distanciamento e cuidados de higienização do ambiente, tendo em vista a pandemia de Covid-19.

O presidente da ACM (Associação Catarinense de Medicina) e coordenador do Cosemesc, Ademar José de Oliveira Paes Junior, conduziu os trabalhos, acompanhado pelos presidentes do CRM-SC, Daniel Knabben Ortellado, do Simesc (Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina), Cyro Soncini, e da Acamesc (Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina), Jorge Abi Saab Neto, além de alguns diretores das entidades. Cada candidato teve a oportunidade de apresentar e destacar as suas propostas de ação na área da assistência à saúde da população e nas condições de trabalho dos médicos da rede municipal, caso sejam eleitos no pleito, com primeiro turno marcado no dia 15 de novembro. Por fim, os cinco participantes tiveram tempo para responder a algumas perguntas formuladas pelas entidades médicas, relacionadas ao setor.

 

Posicionamento dos candidatos

 

Ricardo Camargo Vieira – Candidato a prefeito (Solidariedade)

 

Contratos Pessoa Jurídica dos médicos da rede municipal

“Somos contra a entrega de serviços públicos para organização social. Historicamente esse modelo tem servido para diminuir a condição de trabalho dos médicos. Se analisarmos as experiências que a gente acha que são boas (Cepon e Hemosc), temos lá também trabalhadores pejotizados e contratados através de OS e que também não têm direitos. São tratados diferentemente fazendo o mesmo trabalho. Na nossa gestão não teremos OS na saúde e vamos discutir o papel da UPA do Continente, que só serve para cumprir promessa de campanha”.

Atos médicos realizados por outros profissionais da saúde

“Sou contrário à transferência de responsabilidade de atos médicos a outros profissionais da saúde. Essa conduta é uma deturpação do modelo de assistência”.  

Estratégia no enfrentamento da pandemia de Covid-19

“É preciso reordenar os recursos humanos para que se tenha acesso da população às unidades de saúde, num sistema de complexidade crescente. Além disso, nossa proposta é fazer uma testagem em massa, da mesma forma que os países que tiveram medidas efetivas no combate à Covid-19. Somos contra o fechamento das atividades, pois desemprego e a falta de renda também são motivos de adoecimento. Porém, vamos resgatar o diálogo com a cidade, para evitar as aglomerações e fazer respeitar as medidas para conter a transmissão do coronavírus”.

Integração das informações na Rede de Assistência do Município e do Estado

“Em Florianópolis falta acesso das pessoas à gestão básica, onde um médico consegue resolver o problema de 8 em cada 10 pessoas. Como nós não temos esse acesso, as pessoas vão para a UPA e emergência dos hospitais. Portanto, existe um valo enorme para ser preenchido, que vai muito além de regulação e atendimento pelo WhatsApp. Claro que temos que ter a digitalização dos processos, mas acima de tudo nós temos que ter médicos atendendo nos postos de saúde”. 

Saneamento das praias

“Hoje, entregamos para a Casan o sistema de tratamento de água e de coleta e tratamento de esgotos e nem metade do que ela arrecada é reinvestido no sistema. Vamos retomar o controle do saneamento da nossa cidade com o intuito de reinvestir 100% do que é arrecadado no município. Se não tivermos acordo com a Casan, para que sejam implantadas metodologista eficientes, vamos romper o contrato. Temos o modelo pronto para apresentar e implantar”.

 

Angela Amin – Candidata a prefeito (PP)

 

Contratos Pessoa Jurídica dos médicos da rede municipal

“É preciso um processo de valorização e investimento permanente. Tem que ser analisado o contrato que foi feito”.

Atos médicos realizados por outros profissionais da saúde

“Todos os profissionais da saúde são importantes, mas cada um deve atuar especificamente na sua atribuição”.

Estratégia no enfrentamento da pandemia de Covid-19

“O cenário é muito complexo e ouvir as entidades médicas é fundamental para a implantação das medidas. É preciso planejamento e fiscalização para fazer cumprir os cuidados necessários. Mas nós não podemos mais interromper as atividades econômicas. Também é preciso avaliar os prejuízos de saúde das pessoas, com o isolamento para combater a transmissão do vírus da doença. O desafio é muito maior e vai precisar de uma verdadeira política de atendimento ao cidadão, que só pode ser definido com a ajuda das representações médicas”.   

Integração das informações na Rede de Assistência do Município e do Estado  

“É necessária a reavaliação no processo de assistência à saúde implantado no estado. Nós não podemos mais conviver com situações em que o município não tem a responsabilidade pela consulta especializada, mas obrigatoriamente tem que fazer o encaminhamento. Ou muda, ou vamos permanecer com a falta de condições adequadas de atender ao cidadão no momento em que ele mais precisa, que é a emergência em saúde”.   

Saneamento das praias

“Precisamos intensificar a fiscalização para permitir a balneabilidade, como aconteceu no nosso período em que fui prefeita. Tínhamos um robô que entrava na rede pluvial, identificada a ligação clandestina e isso então era corrigido. Nossa proposta é resgatar a qualidade da nossa balneabilidade. É um processo conjugado para buscarmos a eficiência do esgoto e a qualidade das nossas águas através de uma ação direta do município”.

 

Pedrão – Candidato a prefeito (PL)

 

Contratos Pessoa Jurídica dos médicos da rede municipal

“Eu não fico nada confortável com a situação de PJ na UPA. Sabemos que é uma contratação um tanto quanto injusta e a nossa grande missão é fazer o fortalecimento do servidor público municipal na área da saúde e da educação. A questão das OSs ficou ligada à corrupção, ainda que tenhamos casos aqui que deram certo como Cepon e Hemosc. Mas via de regra, não”.

Atos médicos realizados por outros profissionais da saúde

“Cada profissão tem seus próprios protocolos, que devem ser seguidos no atendimento da população”.

Estratégia no enfrentamento da pandemia de Covid-19

“Sou contrário ao lockdow, mas penso ser importante agir diante do aumento dos casos, causado pelo afrouxamento das medidas por parte da Prefeitura e pelo relaxamento coletivo por parte das pessoas. É indispensável buscar um diálogo entre as prefeituras da região, para se estabelecer uma logística inteligente e segura, capaz e transportar pacientes que precisam ficar hospitalizados para onde há vaga de leitos. Como vereador, já desenvolvi um plano de ação, que envolve leitos, testes, liberação do Hospital da Base Aérea, entre outras medidas”.

Integração das informações na Rede de Assistência do Município e do Estado

“Vivemos num polo tecnológico e não temos informações integradas. Isso chega a ser vergonhoso. Hoje, a gestão municipal tem 37 sistemas contratados pela Prefeitura, que não dialogam entre si. Por isso, nossa proposta está baseada no programa Saúde 4.0, trazendo a tecnologia, definitivamente, para dentro da gestão. O cidadão, na atualidade, solicita um exame e espera, às vezes, mais de um ano, sem saber quando, como ou onde vai ser atendido. Essa situação impede também a transparência dos processos. E para mim, a transparência é inegociável”.   

Saneamento das praias

“Nosso plano de governo vai entregar para Florianópolis 100% de tratamento de esgoto em 4 anos. Em 2013 conseguimos tirar da obscuridade o plano municipal de saneamento, mas todos os anos a Prefeitura e a Casan repactuam as metas, sempre postergando o que é o correto. A Casan capta cerca de R$ 212 milhões/ano e reinveste cerca de R$ 47 milhes/ano. Se o município não fiscalizar, a Casan não opera. É preciso agir corretamente, para não matar ‘a galinha dos ovos de ouro’ de Florianópolis, que são as praias”.

 

Luiz Barboza Neto – Candidato a vice-prefeito (Novo)

 

Contratos Pessoa Jurídica dos médicos da rede municipal

“Ao médico é imputado qualquer tipo de trabalho e de contrato. Parece que ele não tem tanta importância no conjunto de trabalhadores. É algo como ‘isso aí está bom pra ele’. O médico tem que ter dignidade, tem que ter respeito. Sou a favor de ser feito justiça: fez, trabalhou, dedicou seu tempo, sua vida? Que fique computado isso e sejam garantidos os direitos”.

Atos médicos realizados por outros profissionais da saúde

É errada a transferência de atos médicos a outros profissionais. A prática lesiona à medicina e desrespeita a Lei do Ato Médico”.

Estratégia no enfrentamento da pandemia de Covid-19

“Muitas decisões foram equivocadas no enfrentamento da pandemia até aqui. No começo, o fechamento quase total resultou na paralisação da economia e no isolamento das famílias, com o registro de poucos casos. Pessoas não capacitadas tomaram decisões que prejudicaram as atividades e afetaram a saúde psicológica das pessoas. É necessário o atendimento precoce dos pacientes, com o cuidado necessário. Nós temos mecanismos mais inteligentes do que esses que estão sendo adotados, às vezes com viés ideológico, que estão prejudicando a sociedade”.

Integração das informações na Rede de Assistência do Município e do Estado

“Quando nos deparamos diante da burocracia, carimbos, intermediários, cumplicidades antigas e papéis acumulados, voltamos para o século passado. É preciso cortar o nó radicalmente dessa situação e digitalizar as informações de todo o trabalho realizado na saúde. Contratar algoritmos, chamar profissionais qualificadas, fazer conexões entre as pessoas para que os dados estejam integrados do começo ao fim do processo. Nós vamos trazer a medicina e a saúde de Florianópolis para o século XXI”.   

 Saneamento das praias

“A previsão da Casan é que toda a rede de esgoto esteja pronta em 2070. Isso não é aceitável. Entendemos que o lixo também é um grande problema. Há muito o que fazer. Estamos debruçados nisso para fazer essas melhorias em sete anos. Entendemos que abrir para a iniciativa privada para atender essas necessidades é uma solução. Muitas empresas pelo mundo estão ansiosas para vir compartilhar suas tecnologias. Somos uma cidade de vocação internacional. Não podemos mais ter um olhar apequenado”.

 

Ricardo Baratieri – Candidato a vereador (PT)

 

Contratos Pessoa Jurídica dos médicos da rede municipal

“Eu não tenho uma posição clara. Eu acho que tem que ser suspenso esse tipo de contrato de concessão terceirizado na Prefeitura”.

Atos médicos realizados por outros profissionais da saúde

“Considero o questionamento complexo, pois entendo que em saúde o trabalho é sempre realizado em equipe multiprofissional, em defesa do paciente”. 

Estratégia no enfrentamento da pandemia de Covid-19

“Nosso coletivo tem nota pública se posicionando contra a omissão da Prefeitura Municipal neste momento da pandemia, com o agravamento dos casos. É indispensável manter a política de distanciamento, com uma mobilidade que permita a manutenção das atividades econômicas. Sem negacionismo e com ação”. 

Integração das informações na Rede de Assistência do Município e do Estado  

“Nossa plataforma já desenvolveu essa solução baseada na integração do sistema. Isso não é de responsabilidade apenas do município, mas precisa acionar a Prefeitura e o Governo do Estado para resolver a questão, com a estruturação plena do SUS na cidade de Florianópolis”.  

 Saneamento das praias

“Nossa compreensão é que a luta pelo meio ambiente é permanente e muitas vezes indica incapacidade do Estado pela privatização do próprio Estado, de responder as demandas da nossa sociedade”.

 

 

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