A dependência digital é uma condição cada vez mais presente na sociedade moderna, caracterizada pelo uso excessivo e muitas vezes incontrolável de dispositivos eletrônicos, como smartphones, computadores e redes sociais. Neste episódio do podcast Sua Saúde, o presidente do CRM-SC, Marcelo Lemos dos Reis, conversa com o médico psiquiatra Marcos Zaleski sobre o desenvolvimento dessa doença que pode afetar negativamente a capacidade de concentração em atividades offline, como trabalho, estudo e interação pessoal, e causar danos significativos para a saúde mental e social.

Um dos principais fatores da dependência digital é a constante evolução da tecnologia, que oferece dispositivos e plataformas projetados para capturar a atenção do usuário, utilizando recursos como notificações, algoritmos personalizados e feeds infinitos. Esses mecanismos criam uma experiência imersiva, estimulando a liberação de dopamina no cérebro e gerando uma sensação de prazer e recompensa. Isso pode levar a um ciclo vicioso, onde o indivíduo busca constantemente essa gratificação instantânea, muitas vezes sem perceber o impacto negativo que isso tem em outras áreas da sua vida.

A pressão social também é uma causa importante da dependência digital. Dr. Zaleski explica que o desejo de estar sempre atualizado, de acompanhar tendências e de manter uma presença ativa nas redes sociais pode criar uma sensação de obrigação. Além disso, a comparação constante com a vida de outras pessoas, amplificada pelas imagens idealizadas que circulam nas plataformas digitais, pode levar ao uso excessivo de tecnologia. Isso é mais entre os jovens, que, muitas vezes, têm suas vidas sociais e autoestima fortemente influenciadas pelas interações digitais, o que contribui para um vínculo cada vez mais forte com o mundo virtual.

“Os sintomas dessa dependência podem incluir a sensação de desconforto ou ansiedade quando o acesso aos dispositivos é interrompido, o desejo compulsivo de checar redes sociais ou notificações, e o uso prolongado de plataformas digitais a ponto de prejudicar outras áreas da vida. Com o tempo, isso pode levar a uma diminuição na produtividade, relações interpessoais enfraquecidas e até o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade”, destaca o médico psiquiatra.

Para enfrentar a doença, é essencial promover a conscientização sobre os riscos que ela pode causar e adotar estratégias que incentivem o uso equilibrado da tecnologia. Entre as medidas que podem ajudar a prevenir ou reduzir a dependência digital, o Dr. Zaleski sugere, especialmente para pais de crianças e adolescentes, estabelecer limites de tempo para o uso de dispositivos, incentivar a prática de atividades offline e cultivar relações interpessoais presenciais. É fundamental que as tenham o controle sobre sua vida digital, buscando um equilíbrio saudável entre o mundo virtual e o real.

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